As bicicletas elétricas são frequentemente vistas como um investimento caro ou muito caro. Mas em relação ao quê? Para que fins vai ser utilizada a e-bike? Quanto custa uma bicicleta elétrica?

A utilização

A utilização que fazemos de uma bicicleta elétrica vai determinar o retorno do investimento inicialmente realizado. Convém então distinguir dois modos de utilização das bicicletas elétricas: por um lado diversão e fitness, por outro lado meio de transporte. O que nos leva a considerar dois grandes grupos:

E-bikes urbanas ou «city», enfim e-bikes citadinas ou híbridas, em geral menos caras.

E-bikes desportivas ou btt/trekking mais caras, com suspensão completa e motores mais potentes (desenvolvem melhor sob esforço).

Estudos recentes da utilização de e-bikes tendem a provar que estas não substituem as bicicletas convencionais e que os seus utilizadores nem são os mesmos!

No grupo das e-bikes urbanas, encontramos utilizadores citadinos, com idades entre os 40 e 60 anos, estes utilizam a sua e-bike para trajetos quotidianos, isto é, casa-trabalho ou casa-compras.

Geralmente, estes condutores trocaram o carro pela bicicleta elétrica para trajetos curtos (isto é, inferiores a 10 km). Alguns deixaram mesmo de utilizar carro ou pelo menos um dos seus carros.

Cálculo do custo

É óbvio que para alguns dos utilizadores o investimento é muito rapidamente rentabilizado e, portanto, considerado pouco caro.

Quanto custa uma bicicleta eléctrica?

Por exemplo, uma e-bike citadina de gama média/alta por um valor de 2000€.

Se considerarmos uma utilização quotidiana de 15 km ou seja 5250 km por ano, durante 10 anos, ou seja, 52500 km, o custo ao quilómetro por uma e-bike deste género é de:

Amortização em 10 anos com a troca de uma bateria: 0,05 €/km

Seguro: 0,04 €/km

Eletricidade (base: 0,15 €/Kwh): 0,0009 €/km (ou seja… nada!)

Manutenção: cerca de 4% do preço de compra por cada ano, fora a compra de uma bateria de 800€ em 10 anos ou seja 0,015 €/km

Total do custo/km: 0,1 €/km, isto é, 10 cêntimos por quilómetro percorrido…

Para informação, o PRQ médio (preço de retorno quilométrico) de um carro varia muito, mas é de pelo menos 50 cêntimos/km e pode ir até aos 4€  !…

A bicicleta elétrica é portanto 5 a 40 vezes mais económica do que um carro…

E não contamos com os custos de estacionamento, possíveis multas… bem como o facto dos valores de consumo e de uso de um carro na cidade são muito superiores à média do PRQ.

Em todo o caso, pressupomos que a e-bike já não é utilizável ao fim de 10 anos, o que é completamente falso!

Como conclusão, para os pequenos trajetos individuais, a bicicleta elétrica é de facto bem mais económica que o carro.

Para os utilizadores de e-bikes desportivas tipo BTT, é evidente que a análise é diferente e o fator preço tem uma incidência relativa. Mas assim, deveremos comparar a compra à de um verdadeiro ciclista apaixonado pelo seu desporto, disposto a gastar o que for necessário para o seu desporto favorito.

Neste grupo, o preço das bicicletas convencionais topo de gama, com quadro suspenso e em carbono rondam os mesmos valores que as e-bikes do mesmo tipo.

Outros ganhos macro-económicos

Fora das análises pessoais, convém ver os ganhos macroeconómicos da utilização regular da bicicleta elétrica:

A Organização Mundial da Saúde recomenda a cada um 30 minutos de exercício moderado por dia. Escolher um veículo híbrido biomecânico-elétrico como modo de deslocação regular que permite satisfazer esta recomendação. Estudos demonstram que os benefícios na saúde devido à prática de ciclismo são muito superiores aos riscos de acidentes. Como é do conhecimento de todos, a Saúde constitui um setor de despesas consideráveis nos países de Europa, a prevenção, na qual se encontra incluída a atividade física, fazendo parte integrante da solução para o problema.

A poluição das cidades é reconhecida como um problema de saúde pública. O veículo elétrico ligeiro é um modo de deslocação com zero emissão de partículas quando utilizado. Existem estudos numerados com o número de falecimentos por ano devido à poluição nas grandes cidades no site imparcial do «  Institut de Veille Sanitaire  ».

Uma e-bike consome muito menos energia do que um carro (desde a produção até à utilização) e incita à utilização dos transportes públicos e à partilha de carros. Podemos citar o estudo de 6T a este respeito. O seu uso é assim compatível com o objetivo de baixar os consumos energéticos ligados aos transportes sem ter impactos negativos na nossa qualidade de vida, pelo contrário…

Para concluir, é impossível negar que a bicicleta elétrica representa um investimento inicial importante, mas rentável (em termos de saúde, ambiente, financeiro…) desde que seja utilizado em pleno. O verdadeiro travão não é, portanto, o preço de compra, mas a sensibilização ao valor do uso das e-bikes e ao impacto global do seu desenvolvimento na sociedade.

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